Cinco razões para meditar, segundo Pema Chödrön

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por Pema Chodron, em texto retirado do blog do aplicativo Lojong

Meditar pode parecer algo estranho. No entanto, o simples ato de parar, diz Pema Chödrön, é a melhor maneira de cultivar nossas boas qualidades. Aqui estão cinco maneiras pelas quais a meditação nos torna pessoas melhores.

A mente é muito selvagem. A experiência humana é cheia de imprevisibilidade e paradoxo, alegrias e tristezas, sucessos e fracassos. Não podemos fugir de nenhuma dessas experiências no vasto terreno da nossa existência. Faz parte do que torna a vida grandiosa – e é por isso que nossas mentes nos levam a um passeio tão louco. Se pudermos nos treinar através da meditação para sermos mais abertos e mais receptivos ao arco selvagem da nossa experiência, se pudermos nos apoiar nas dificuldades da vida e no movimento de nossas mentes, poderemos nos tornar mais estáveis e relaxados em meio a tudo que a vida nos traz.

Existem inúmeras maneiras de trabalhar com a mente. Uma das mais eficazes é através da ferramenta da meditação silenciosa. A meditação silenciosa nos abre para todo e qualquer momento da nossa vida. Cada momento é totalmente único e desconhecido. Nosso mundo mental é aparentemente previsível e compreensível. Acreditamos que, se pensarmos sobre todos os eventos e tarefas de nossas vidas até o final, isso nos trará chão e segurança. Mas isso tudo é uma fantasia, e este exato momento, livre de superposições conceituais, é completamente único. É absolutamente desconhecido. Nós nunca experimentamos este momento antes, e o próximo momento não será o mesmo que este em que estamos agora. A meditação nos ensina como nos relacionar diretamente com a vida, para que possamos experimentar verdadeiramente o momento presente, livre da sobreposição conceitual.

Nós não meditamos com a finalidade de ficarmos confortáveis. Em outras palavras, não meditamos com o intuito de nos sentirmos bem o tempo todo. Imagino que uma onda de choque esteja passando por você enquanto lê isso, afinal, são muitas as pessoas que procuram a meditação simplesmente para “se sentir melhor”. Contudo, você ficará feliz em saber que o propósito da meditação também não é de “se sentir mal”. Em vez disso, a meditação nos dá a oportunidade de ter uma atenção aberta e compassiva para o que está acontecendo. O espaço meditativo é como o grande céu: espaçoso, vasto o suficiente para acomodar qualquer coisa que surja.

Na meditação, nossos pensamentos e emoções podem se tornar como nuvens que chegam e desaparecem. Bons e confortáveis, agradáveis, difíceis e dolorosos – tudo isso vem e vai. Assim, a essência da meditação é treinar-se em algo que é bastante radical e definitivamente não se trata do padrão habitual da nossa espécie, que é permanecer com nós mesmos não importa o que esteja acontecendo, sem colocar rótulos de bem e mal, certo e errado, puro e impuro, sobre nossas experiências.

Se o objetivo da meditação fosse apenas sentir-se bem (e eu acho que todos nós secretamente esperamos que este seja o seu objetivo), não raramente sentiríamos que estamos fazendo algo errado. Afinal, às vezes a meditação pode ser uma experiência muito difícil.

Uma experiência muito comum para o meditante, seja no dia a dia ou em retiro, é a experiência de tédio e inquietação. A dor nas costas, nos joelhos – até mesmo a mente pode estar doendo –, e tantas outras experiências de “não estar se sentindo bem” . Em vez disso, a meditação se trata de uma abertura compassiva, da habilidade de se estar consigo mesmo e com determinada situação através de todos os tipos de experiências. Na meditação, você está aberto para qualquer coisa que a vida te apresente. É sobre tocar a terra e voltar a estar exatamente aqui.

Enquanto alguns tipos de meditação tratam mais sobre alcançar estados especiais e, de alguma forma, transcender ou superar as dificuldades da vida, o tipo de meditação que eu tenho treinado, e da qual estou falando aqui, é sobre o despertar total da nossa vida. É sobre abrir o coração e a mente para as dificuldades e alegrias da vida – exatamente como elas são. E os frutos desse tipo de meditação são ilimitados.

À medida que meditamos, estamos alimentando cinco qualidades que começam a surgir ao longo dos meses e dos anos em que praticamos. Você pode achar útil se reconectar com essas qualidades sempre que se perguntar: “Por que estou meditando?”

1. Perseverança

A primeira qualidade, ou seja, a primeira coisa que estamos fazendo quando meditamos, é cultivar e nutrir perseverança com nós mesmos. Eu estava conversando com alguém sobre isso uma vez, e ela perguntou: “Essa perseverança é uma espécie de lealdade? A que estamos sendo leais?” Através da meditação, estamos desenvolvendo uma lealdade a nós mesmos. Essa perseverança que cultivamos na meditação se traduz imediatamente em lealdade à experiência de vida da pessoa.

Perseverança significa que, quando você se senta para meditar e se permite experienciar o que está acontecendo naquele momento – o que pode ser sua mente agitada, seu corpo tendo espasmos, sua cabeça latejando, seu coração repleto de medo… o que quer que surja –, você permanece com a experiência. É isso. Às vezes você pode ficar lá sentado por uma hora inteira e a coisa não melhora, e então você diz: “Sessão de meditação ruim. Eu acabei de ter uma sessão de meditação ruim.” Mas a vontade de se sentar, seja por dez minutos, vinte minutos ou uma hora, independente do tempo, esse é um gesto compassivo de desenvolvimento dessa lealdade – ou perseverança – com relação a si mesmo.

Temos a tendência de colocar muitos rótulos, opiniões e julgamentos sobre o que está acontecendo. Perseverança – lealdade a si mesmo – significa soltar esses julgamentos. Então, de certo modo, parte desta perseverança significa que, quando você percebe que a sua mente está indo a um milhão de quilometros por hora e você está pensando em mil coisas, há esse momento espontâneo que simplesmente acontece sem nenhum esforço: você permanece com a sua experiência. Na meditação, você desenvolve essa qualidade estimulante de lealdade, constância e perseverança em relação a si mesmo. E à medida que aprendemos a fazer isso na meditação, nos tornamos mais capazes de perseverar em todos os tipos de situações que acontecem fora da nossa meditação, ou naquilo que chamamos de pós-meditação.

2. Visão clara

A segunda qualidade que geramos na meditação é a visão clara, que é semelhante à perseverança. Às vezes isso é chamado de consciência clara. Através da meditação, desenvolvemos a capacidade de “pegar a nós mesmos” quando estamos espiralando, ou nos enrijecendo perante às circunstâncias e às pessoas, ou, de alguma forma, nos fechando para a vida. Começamos a capturar o início de uma reação em cadeia neurótica que limita a nossa habilidade de sentir alegria ou de nos conectar com os outros.

Você poderia pensar que, por estarmos sentados em meditação, tão quietos e imóveis e focados na respiração, deixaríamos de notar muitas coisas. Mas na verdade é justamente o contrário. Através desse desenvolvimento da perseverança, desse aprender a permanecer em meditação, nós começamos a formar uma clareza imparcial, sem vieses, de apenas olhar. Os pensamentos vêm, as emoções vêm, e nós podemos vê-las sempre com muita clareza.

Na meditação, você está se aproximando cada vez mais de si mesmo, e então começa a se entender com muito mais clareza. Você começa a enxergar claramente sem precisar de uma análise conceitual, pois, com a prática regular, você vai observando aquilo que está fazendo por várias vezes, de novo e de novo e de novo. Você vê que está repetindo as mesmas fitas, de novo e de novo, em sua mente. O nome do parceiro pode ser diferente, o empregador pode ser diferente, mas os temas são um tanto repetitivos. A meditação nos ajuda a ver claramente a nós mesmos e os padrões habituais que limitam nossas vidas. Você começa a ver suas opiniões claramente. Você vê seus julgamentos. Você vê seus mecanismos de defesa. A meditação aprofunda a sua compreensão de si mesmo.

3. Coragem

A terceira qualidade que cultivamos na meditação é uma que, na verdade, eu tenho apontado toda vez que falo sobre as qualidades de perseverança e de visão clara – e ela acontece quando nos permitimos sentar em meditação junto com a nossa aflição emocional. Eu acho realmente importante afirmá-la como uma qualidade separada que desenvolvemos na prática, pois, quando experienciamos algum sofrimento emocional durante a meditação (e nós iremos), muitas vezes sentimos que estamos “fazendo errado”. Assim, a terceira qualidade, que parece desenvolver-se organicamente dentro de nós, é o cultivo da coragem, o surgimento gradual da coragem. Eu acho que a palavra “gradual” aqui é muito importante, pois pode se tratar de um processo lento. Mas, com o tempo, você se verá desenvolvendo esta coragem para experienciar o seu desconforto emocional e as provações e tribulações da vida.

A meditação é um processo transformativo, ao invés de uma reconstrução mágica em que procuramos mudar algo sobre nós mesmos de maneira insistente. Quanto mais praticamos, mais nos abrimos e mais desenvolvemos coragem em nossa vida. Na meditação você nunca sente que “fez” ou que “chegou”. Você sente que relaxou o suficiente para experienciar o que sempre esteve dentro de você. Às vezes eu chamo esse processo transformador de “graça”. Porque, quando estamos desenvolvendo essa coragem na qual permitimos que nossas emoções estejam ao nosso alcance, podemos nos impressionar com alguns momentos de insight. Esses insights nunca poderiam ter surgido da tentativa de descobrir conceitualmente o que há de errado conosco ou o que há de errado com o mundo. Estes momentos de insight surgem do ato de se sentar em meditação, o que requer coragem – uma coragem que cresce com o tempo.

Através desta coragem em desenvolvimento, muitas vezes somos agraciados com uma mudança em nossa visão de mundo, mesmo que sutil. A meditação permite que você veja algo novo que nunca tinha visto antes, ou que entenda algo novo que nunca havia entendido antes. Às vezes chamamos esses benefícios da meditação de “bênçãos”. Na meditação, você aprende a deixar o caminho livre de você mesmo por tempo suficiente até que haja espaço para que a sua própria sabedoria se manifeste, e isso acontece porque você não está mais reprimindo essa sabedoria.

Quando você desenvolve a coragem para experienciar o seu sofrimento emocional mais difícil, e está simplesmente sentado com ele, meditando, é que você percebe quanto conforto e quanta segurança você obtém a partir do seu mundo mental. Pois é nesse momento, quando há muita emoção envolvida, que você começa a realmente entrar em contato com o sentimento, com a energia subjacente de suas emoções. Da melhor maneira possível, você começa a abrir mão das palavras, das histórias, até que você está lá, simplesmente sentado. E então você percebe que, mesmo assim, você se sente compelido a continuar revivendo a memória, a história das suas emoções – ou das quais você queira se dissociar –, mesmo isso sendo algo desagradável. Ou você pode descobrir que geralmente acaba sendo carregado para uma fantasia sobre algo agradável. O segredo é que, na verdade, nós não queremos fazer nada disso.

Parte de nós quer tanto despertar e se abrir. A espécie humana quer se sentir mais viva e desperta para a vida, porém, ao mesmo tempo, não se vê confortável perante a qualidade transitória e mutante da energia da realidade. Simplificando, uma grande parte de nós realmente prefere o conforto de nossas fantasias e planejamentos mentais, e é por isso que essa prática é tão difícil de ser feita. Experienciar o nosso sofrimento emocional e cultivar todas essas qualidades – perseverança, visão clara, coragem – realmente abala os nossos padrões habituais. A meditação afrouxa o nosso condicionamento, solta a maneira como nos mantemos seguros, a maneira como perpetuamos o nosso sofrimento.

4. Atenção

A quarta qualidade que desenvolvemos na meditação é algo que venho mencionando esse tempo todo, que é a capacidade de se tornar desperto para nossas vidas, para cada momento, assim como ela é. Essa é a essência absoluta da meditação. Nós desenvolvemos nossa atenção para este exato momento. Nós aprendemos a simplesmente estarmos aqui – e resistimos tanto contra simplesmente estarmos aqui!

Quando eu comecei a praticar, eu pensava que não era boa nisso. Demorei um pouco para perceber que eu possuía muita resistência contra estar aqui e agora. Apenas estar aqui – a atenção neste exato momento – não nos provê com qualquer tipo de certeza ou previsibilidade. Mas quando aprendemos a relaxar no momento presente, nós aprendemos a relaxar com o desconhecido.

A vida nunca é previsível. Você pode dizer: “Ah, eu gosto da imprevisibilidade”, mas isso geralmente só é verdadeiro até certo ponto, desde que a imprevisibilidade seja, de alguma forma, divertida e aventureira.

Eu tenho muitos parentes que gostam de atividades radicais, como bungee jumping e coisas aterrorizantes do tipo – incluindo todos os meus sobrinhos, particularmente, e sobrinhas. Às vezes, quando eu penso em suas atividades, sinto um terror extremo. Mas todo mundo, até mesmo os meus parentes mais radicais, encontram o seu limite. E às vezes os mais aventureiros encontram o seu limite nos lugares mais estranhos, como quando não conseguimos encontrar um bom lugar para tomar uma boa xícara de café. Estamos dispostos a pular de uma ponte de cabeça para baixo, mas surtamos quando não conseguimos achar um bom café. É estranho pensar que não ser capaz de achar um bom café possa ser esse território desconhecido, mas, de alguma forma, para alguns – talvez para você –, este seja o limite onde se entra naquele espaço desconfortável e incerto.

Portanto, este lugar onde encontramos o nosso limite, onde aceitamos o momento presente e o desconhecido, é um lugar muito poderoso para aqueles que desejam despertar e abrir seu coração e sua mente. O momento presente é o fogo generativo da nossa meditação. É o que nos impulsiona para a transformação. Em outras palavras, o momento presente é o combustível para a sua jornada pessoal. A meditação te ajuda a conhecer o seu limite; é onde você se depara com ele e começa a soltá-lo. Conhecer o desconhecido do momento permite que você viva a sua vida e entre nos seus relacionamentos e compromissos de uma forma ainda mais completa. Isso é viver com todo o coração.

A meditação é revolucionária, pois não é um lugar de descanso final: você sempre pode estar mais estável. E é por isso que eu continuo praticando, ano após ano. Se eu olhasse para trás e não sentisse que aconteceu qualquer tipo de transformação, se eu não reconhecesse que me sinto mais estável e mais flexível, isso seria bastante desanimador. Mas esse sentimento existe. E sempre há outro desafio, o que nos mantém humildes.

A vida te derruba do seu pedestal. Nós podemos sempre trabalhar para encontrar o desconhecido a partir de um espaço mais estável e com o coração mais aberto. Isso acontece para todos nós. Eu também tenho momentos em que sou desafiada a encontrar o momento presente, mesmo depois de décadas de meditação.

Anos atrás, eu fiz uma viagem sozinha com minha neta, que na época tinha seis anos. Foi uma experiência tão constrangedora, pois ela estava sendo extremamente difícil. Ela dizia “não” para tudo, e eu continuava me irritando com esse anjinho que eu adoro. Então eu disse: “Ok, Alexandria, isso fica entre você e a vovó, tudo bem? Você não vai contar pra ninguém o que está acontecendo aqui, certo? Sabe todas aquelas fotos que você viu da vovó na frente dos livros? Se você encontrar alguma pessoa carregando um desses livros, não fale sobre isso!”

A questão é que, quando o seu disfarce é descoberto, isso é constrangedor. E ter o seu disfarce descoberto é algo constrangedor em qualquer situação, porém, quando você pratica meditação, você fica feliz ao ver onde está preso ainda, pois gostaria de morrer sem novas grandes surpresas. No seu leito de morte, enquanto você pensava que já era um Santo, você não quer descobrir que a enfermeira consegue te colocar completamente contra a parede, com frustração e raiva. Desse jeito, você não morre apenas irritado com a enfermeira, mas morre também desiludido com todo o seu ser.

Então, se você perguntar por que meditamos, eu diria que é para nos tornarmos mais flexíveis e tolerantes ao momento presente. Você pode ficar irritado com a enfermeira enquanto está morrendo e dizer: “Sabe, é assim que a vida é”. Você deixa isso passar por você. Então, você pode sentir que isso foi resolvido e, com sorte, pode até mesmo morrer dando risada – que sorte a sua, cair com essa enfermeira! Ou você pode dizer “Isso é um absurdo!” Essas pessoas que descobrem os nossos disfarces dessa forma, nós as chamamos de “gurus”.

5. Não é grande coisa

A quinta e última qualidade a respeito do porquê meditamos é o que eu chamo de “não é grande coisa”. É nisso que eu queria chegar quando digo que nos tornamos flexíveis para o momento presente. Sim, com a meditação você pode experienciar um profundo insight, ou a magnífica sensação de graça ou bênção, ou o sentimento de transformação e coragem recém descobertos. Mesmo assim: não é grande coisa. Você está no seu leito de morte e está com essa enfermeira que está te deixando louco, e isso é engraçado: não é grande coisa.

Este foi um dos maiores ensinamentos do meu professor, Chögyam Trungpa Rinpoche: não é grande coisa. Uma vez, me lembro de ir até ele com o que eu pensava se tratar de uma experiência muito poderosa da minha prática. Eu estava toda animada e, enquanto falava sobre a experiência, ele mantinha um certo olhar. Era uma espécie de olhar indescritível, um olhar muito aberto. Não dava pra chamar aquele olhar de compassivo ou taxativo ou de qualquer outra coisa. E então, enquanto eu falava, ele tocou na minha mão e disse: “Não… é… grande… coisa.” Ele não estava dizendo “ruim”, ele não estava dizendo “bom”. Ele estava dizendo que essas coisas acontecem e elas podem transformar a sua vida, mas, ao mesmo tempo, não faça delas uma grande coisa, pois isso nos leva à arrogância e ao orgulho, ou a uma sensação de ser especial. Por outro lado, dar muita importância às suas dificuldades te leva à direção oposta; leva à pobreza, à auto degradação e a uma baixa opinião sobre si mesmo. Assim, a meditação nos ajuda a cultivar esse sentimento de “não ser grande coisa”, não como uma afirmação cínica, mas como uma declaração de humor e flexibilidade. Você já viu tudo, e ter visto tudo te permite amar a tudo.

Este ensinamento é do livro de Pema Chödrön, “How to Meditate: A Practical Guide to Making Friends with Your Mind”, publicado pela Sounds True.

Artigo publicado originalmente em lionsroar.com e traduzido por Daniele Vargas e Fábio Valgas, extraído pela nossa equipe do blog do aplicativo Lojong.

Pema Chödrön é uma monja, que pratica na tradição do budismo tibetano. Foi uma discípula de Chögyam Trungpa Rinpoche, cujos ensinamentos ela continua a disseminar entre estudantes ocidentais do mundo inteiro.

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